segunda-feira, 22 de abril de 2013

Paris 1º Dia (06/Abr/2013) – Resolvendo os Pepinos

Finalmente chegou o grande dia! Ah… quanta ansiedade!

Como estaríamos fazendo uma viagem longa, resolvemos alugar nosso quarto pelo período em que estaríamos fora, 13 dias no total. Dessa forma não teríamos que pagar o aluguel integral e ainda desembolsar mais dinheiro na viagem. Alugamos o quarto para dois amigos que precisavam sair da acomodação e ainda não haviam encontrado uma moradia fixa.

Para deixar o quarto pronto para receber os novos moradores e ainda acomodar nossas coisas, tivemos um grande trabalho. Embalar roupas e acessórios, comprimir tudo em sacos a vácuo e fazer sobrar espaço para as coisas deles.  Passamos os dois últimos dias fazendo isso, e finalizamos na sexta-feira, dia 05.

Malas prontas, quarto entregue, rumo ao aeroporto de Dublin. Todos os procedimentos normais de aeroporto e quase se despir para passar no detector de metais, embarcamos no horário previsto.

Após uma hora e meia em média, chegamos ao aeroporto de Beauvais. A companhia aérea nos vende esse voo como sendo em Paris, mas na verdade fica em outra cidade. Temos que pagar um transfer de € 16,00 para chegar até lá. Mais uma hora e meia em um ônibus e chegamos ao nosso destino.

Desembarcamos em Paris faltando 20 minutos para a meia noite. Sabia com antecedência que o transporte de metrô finaliza à meia noite e além disso, não fazia ideia de como funcionava as rotas e o serviço na cidade. Por esse motivo, o Edigar e eu resolvemos por um taxi. Custou-nos € 27,00 para irmos até o hostel que havia reservado (achei isso bem caro, mas nessa situação não tinha muitas opções). Foi quando chegamos ao hostel que começou nosso desespero!

À medida que nos aproximávamos do nosso destino, tinha a sensação que estava entrando em um local não muito bom. Não sei descrever isso, mas era um lugar sujo e com construções necessitando urgentemente de reformas. Quando o taxista nos deixou em frente ao hostel, olhei para o Edigar e ele me olhou com a mesma cara. “O que estamos fazendo aqui? Qual é a cidade que estamos mesmo?”. E olha que ficava no centro da cidade hein!

Entramos, pois à meia noite em uma cidade desconhecida não poderíamos fazer mais nada. Quando falei com o atendente da nossa reserva, ele disse que somente poderíamos entrar às 11 horas da manhã seguinte. Caso quiséssemos passar a noite teríamos que pagar uma diária a mais, que por sinal estava mais cara que a dos outros dias. Sem opções, resolvemos ficar. Eu disse a ele que iria pagar apenas a diária daquela noite, e que no dia seguinte decidiria se iria ou não ficar.

Quando entramos no quarto não pude acreditar no que via. O quarto era compartilhado, para seis pessoas (essa parte já sabíamos). Havia duas triliches, onde a última cama quase encostava no teto. Sobrava para o Edigar e para mim, uma no segundo andar e uma no terceiro. Fiquei com a do segundo.

O quarto era minúsculo, cheio de malas espalhadas pelo chão, não havia compartimento algum para armazená-las. Na extremidade oposta à porta de entrada havia um banheiro, contendo um chuveiro e uma pia (isso mesmo, não havia vaso sanitário). No quarto havia uma única tomada, sobre a porta do banheiro, onde após o Edigar pedir um adaptador na recepção e fazer uma tremenda “gambiarra” para fazer o adaptador parar no lugar, colocamos a câmera e os celulares para carregar. Resolvi que iria dormir com a cabeça virada para os pés da cama, pois assim poderia ficar perto dos eletrônicos e evitar “transtornos”.

Para dizer a verdade não consegui dormir. Não fui capaz sequer de tirar a roupa que eu estava. Tirei as botas e dormi com a mesma calça jeans que cheguei. Devo ter dormido umas três horas, entre o descontentamento com o lugar que estávamos e a preocupação com a vizinhança. 

Fiquei algum tempo tentando conectar a internet gratuita da rua ( o hostel vende o pacote dizendo que possui wifi grátis, mas chegando lá descobrimos que é apenas das 8 da manhã às 6 da tarde - bem no horário que os turistas estão na rua - conveniente não?), pois esperava poder encontrar algum local para irmos na manhã seguinte, mas não tive muito sucesso.

Na manhã seguinte, que estava prevista para iniciar nossos passeios, não podíamos sequer imaginar deixar nossas coisas naquele lugar e sair para passear. Acordei e coloquei as botas e tentei lavar o rosto no banheiro do quarto (que quando abri a torneira da pia, a água começou a retornar – estava entupida). Peguei minha mala, chamei o Edigar e saí. Não fui capaz nem mesmo de usar o vaso sanitário – que era um por andar. 

Por favor, quando forem à Paris, nunca se hospedem no "Hostel Friend's". Cancelei a reserva para os outros dias e saímos sem rumo naquela cidade desconhecida. Precisava beber algo quente. Em frente ao hostel havia uma estação de metrô. Ficamos em torno de 10 minutos tentando entender o mapa de rotas afixado na parede e pensando para onde poderíamos ir. Lembramo-nos de um hotel que possui filial em quase todas as cidades do mundo e às vezes têm preços razoáveis, o ibis. Mas como encontrar um numa cidade que não conhecemos?

Enquanto pensávamos em tudo isso, Deus enviou uma boa alma ao nosso socorro. Apareceu um rapaz nos perguntando, em inglês, se precisávamos de ajuda. Dissemos a ele que estávamos tentando chegar ao hotel íbis, e ele nos disse que havia muitos pela cidade, mas que ele nos indicaria o caminho para o mais próximo a nós. Ele nos ensinou a usar o sistema de metrô e nos ensinou o caminho até o hotel. Sempre escutei que os franceses são mal educados e que não gostam de falar inglês, mas estava naquele momento tendo uma prova contrária a isso.

Quando chegamos à estação do hotel, vimos um Mc Donalds, tudo o que eu precisava naquele momento. Fomos tomar um café da manhã e acho que aquilo salvou minha manhã. Pedi um chá de hortelã e um croissant de chocolate. Que delícia de chá! Tomamos nosso café e fomos localizar o hotel. Ah! A atendente também falava inglês.

Já no hotel, percebemos que nem de longe a diária ali seria na faixa de preço que pretendíamos pagar. Disse à atendente que estava procurando uma das filiais do íbis budget, que teria as diárias mais baratas. Ela foi super prestativa, procurou um que ainda possuía reserva, me deu um mapa da cidade e do metrô e me ensinou como chegar lá.

Ainda andamos um pouco pela região em busca de algum outro hotel com preço mais acessível. Até encontramos um, mas a diária do que a atendente nos indicou era menor. Resolvemos ir até lá.

Chegando ao local informado pela atendente do hotel, não conseguíamos localizá-lo, pois precisávamos caminhar um pouco. Pedimos informação a um transeunte na rua, mas infelizmente esse senhor não sabia falar inglês. Mesmo assim, após nos escutar falando o nome do hotel, ele nos fez um sinal nos indicando para segui-lo. Ele nos levou até o hotel. Tivemos mais uma prova da hospitalidade francesa (além desse caso, após isso, mais uma senhora que nos viu olhando o mapa meio confusos nos perguntou se precisávamos de ajuda).

Quando falei com a atendente a respeito da reserva que precisávamos, fui informada que ela teria apenas para a noite seguinte, não atendendo a necessidade. Não tínhamos onde passar a noite. Saímos dali, já um pouco consternados, pois nesse momento já era por volta das 9:30 da manhã e ainda estávamos caminhando sem rumos com malas pelas ruas de Paris.

Resolvemos sair andando em busca de algum hotel menor pela região e após algumas buscas encontramos um que se encaixava nas nossas necessidades, o "Hotel Le Florus". O único problema é que eles só teriam duas diárias disponíveis, e nós, seis dias em Paris. Mesmo assim decidimos ficar ali, para que fosse possível aproveitar a cidade. Deixamos nossas malas e saímos.

Tínhamos dois dias para encontrar outro hotel. Um casal de amigos iria para Paris no dia seguinte e, esperávamos poder encontrar vagas no mesmo local que eles.

Após todos esses problemas de percurso, que certamente levaremos como experiências, pudemos enfim sair para curtir a cidade luz.

Não perca o próximo post, o 1º Dia (de verdade) em Paris! =D



2 comentários:

  1. Que transtorno hem!!! ri muito com o sufoco que vocês passaram!!! :D
    Sei que não foi nada engraçada essa situação, mas mesmo assim se sairam muito bem!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É... hoje se tornou engraçado mesmo... rsrsrs
      Mas o que seria a vida da gente sem os apertos neh! Não aprenderíamos nada!
      Essa situação nos ensinou muitas coisas, e não diminuiu em nada a Maravilha que foi a viagem toda! =D

      Excluir

Dê o seu Pitaco! Está gostando do blog? Gostou desse post? Aqui é o lugar: