
Como estaríamos fazendo uma
viagem longa, resolvemos alugar nosso quarto pelo período em que estaríamos
fora, 13 dias no total. Dessa forma não teríamos que pagar o aluguel integral e
ainda desembolsar mais dinheiro na viagem. Alugamos o quarto para dois amigos
que precisavam sair da acomodação e ainda não haviam encontrado uma moradia
fixa.
Para deixar o quarto pronto
para receber os novos moradores e ainda acomodar nossas coisas, tivemos um
grande trabalho. Embalar roupas e acessórios, comprimir tudo em sacos a vácuo e
fazer sobrar espaço para as coisas deles.
Passamos os dois últimos dias fazendo isso, e finalizamos na
sexta-feira, dia 05.
Malas prontas, quarto
entregue, rumo ao aeroporto de Dublin. Todos os procedimentos normais de
aeroporto e quase se despir para passar no detector de metais, embarcamos no
horário previsto.
Após uma hora e meia em
média, chegamos ao aeroporto de Beauvais. A companhia aérea nos vende esse voo
como sendo em Paris, mas na verdade fica em outra cidade. Temos que pagar um
transfer de € 16,00 para chegar até lá. Mais uma hora e meia em um
ônibus e chegamos ao nosso destino.
Desembarcamos em Paris
faltando 20 minutos para a meia noite. Sabia com antecedência que o transporte
de metrô finaliza à meia noite e além disso, não fazia ideia de como funcionava
as rotas e o serviço na cidade. Por esse motivo, o Edigar e eu resolvemos por
um taxi. Custou-nos € 27,00 para irmos até o hostel que havia reservado (achei
isso bem caro, mas nessa situação não tinha muitas opções). Foi quando chegamos
ao hostel que começou nosso desespero!
À medida que nos
aproximávamos do nosso destino, tinha a sensação que estava entrando em um
local não muito bom. Não sei descrever isso, mas era um lugar sujo e com
construções necessitando urgentemente de reformas. Quando o taxista nos deixou
em frente ao hostel, olhei para o Edigar e ele me olhou com a mesma cara. “O
que estamos fazendo aqui? Qual é a cidade que estamos mesmo?”. E olha que
ficava no centro da cidade hein!
Entramos, pois à meia noite
em uma cidade desconhecida não poderíamos fazer mais nada. Quando falei com o
atendente da nossa reserva, ele disse que somente poderíamos entrar às 11 horas
da manhã seguinte. Caso quiséssemos passar a noite teríamos que pagar uma
diária a mais, que por sinal estava mais cara que a dos outros dias. Sem
opções, resolvemos ficar. Eu disse a ele que iria pagar apenas a diária daquela
noite, e que no dia seguinte decidiria se iria ou não ficar.
Quando entramos no quarto
não pude acreditar no que via. O quarto era compartilhado, para seis pessoas
(essa parte já sabíamos). Havia duas triliches, onde a última cama quase
encostava no teto. Sobrava para o Edigar e para mim, uma no segundo andar e uma
no terceiro. Fiquei com a do segundo.
O quarto era minúsculo,
cheio de malas espalhadas pelo chão, não havia compartimento algum para
armazená-las. Na extremidade oposta à porta de entrada havia um banheiro,
contendo um chuveiro e uma pia (isso mesmo, não havia vaso sanitário). No
quarto havia uma única tomada, sobre a porta do banheiro, onde após o Edigar
pedir um adaptador na recepção e fazer uma tremenda “gambiarra” para fazer o
adaptador parar no lugar, colocamos a câmera e os celulares para carregar.
Resolvi que iria dormir com a cabeça virada para os pés da cama, pois assim
poderia ficar perto dos eletrônicos e evitar “transtornos”.
Para dizer a verdade não
consegui dormir. Não fui capaz sequer de tirar a roupa que eu estava. Tirei as
botas e dormi com a mesma calça jeans que cheguei. Devo ter dormido umas três
horas, entre o descontentamento com o lugar que estávamos e a preocupação com a
vizinhança.
Fiquei algum tempo tentando conectar a internet gratuita da rua ( o hostel vende o pacote dizendo que possui wifi grátis, mas chegando lá descobrimos que é apenas das 8 da manhã às 6 da tarde - bem no horário que os turistas estão na rua - conveniente não?), pois esperava poder encontrar algum local para irmos na manhã seguinte, mas não tive muito sucesso.
Fiquei algum tempo tentando conectar a internet gratuita da rua ( o hostel vende o pacote dizendo que possui wifi grátis, mas chegando lá descobrimos que é apenas das 8 da manhã às 6 da tarde - bem no horário que os turistas estão na rua - conveniente não?), pois esperava poder encontrar algum local para irmos na manhã seguinte, mas não tive muito sucesso.
Na manhã seguinte, que
estava prevista para iniciar nossos passeios, não podíamos sequer imaginar deixar nossas coisas naquele lugar e sair para passear. Acordei e coloquei as
botas e tentei lavar o rosto no banheiro do quarto (que quando abri a torneira
da pia, a água começou a retornar – estava entupida). Peguei minha mala, chamei
o Edigar e saí. Não fui capaz nem mesmo de usar o vaso sanitário – que era um
por andar.
Por favor, quando forem à Paris, nunca se hospedem no "Hostel Friend's". Cancelei a reserva para os outros dias e saímos sem rumo naquela cidade desconhecida. Precisava beber algo quente. Em frente ao hostel havia uma estação de metrô. Ficamos em torno de 10 minutos tentando entender o mapa de rotas afixado na parede e pensando para onde poderíamos ir. Lembramo-nos de um hotel que possui filial em quase todas as cidades do mundo e às vezes têm preços razoáveis, o ibis. Mas como encontrar um numa cidade que não conhecemos?
Por favor, quando forem à Paris, nunca se hospedem no "Hostel Friend's". Cancelei a reserva para os outros dias e saímos sem rumo naquela cidade desconhecida. Precisava beber algo quente. Em frente ao hostel havia uma estação de metrô. Ficamos em torno de 10 minutos tentando entender o mapa de rotas afixado na parede e pensando para onde poderíamos ir. Lembramo-nos de um hotel que possui filial em quase todas as cidades do mundo e às vezes têm preços razoáveis, o ibis. Mas como encontrar um numa cidade que não conhecemos?
Enquanto pensávamos em tudo
isso, Deus enviou uma boa alma ao nosso socorro. Apareceu um rapaz nos
perguntando, em inglês, se precisávamos de ajuda. Dissemos a ele que estávamos
tentando chegar ao hotel íbis, e ele nos disse que havia muitos pela cidade,
mas que ele nos indicaria o caminho para o mais próximo a nós. Ele nos ensinou
a usar o sistema de metrô e nos ensinou o caminho até o hotel. Sempre escutei
que os franceses são mal educados e que não gostam de falar inglês, mas estava
naquele momento tendo uma prova contrária a isso.
Quando chegamos à estação do
hotel, vimos um Mc Donalds, tudo o que eu precisava naquele momento. Fomos
tomar um café da manhã e acho que aquilo salvou minha manhã. Pedi um chá de
hortelã e um croissant de chocolate. Que delícia de chá! Tomamos nosso café e
fomos localizar o hotel. Ah! A atendente também falava inglês.
Já no hotel, percebemos que nem de longe a
diária ali seria na faixa de preço que pretendíamos pagar. Disse à atendente
que estava procurando uma das filiais do íbis budget, que teria as diárias mais
baratas. Ela foi super prestativa, procurou um que ainda possuía reserva, me
deu um mapa da cidade e do metrô e me ensinou como chegar lá.
Ainda andamos um pouco pela
região em busca de algum outro hotel com preço mais acessível. Até encontramos
um, mas a diária do que a atendente nos indicou era menor. Resolvemos ir até
lá.
Chegando ao local informado
pela atendente do hotel, não conseguíamos localizá-lo, pois precisávamos
caminhar um pouco. Pedimos informação a um transeunte na rua, mas infelizmente
esse senhor não sabia falar inglês. Mesmo assim, após nos escutar falando o
nome do hotel, ele nos fez um sinal nos indicando para segui-lo. Ele nos levou
até o hotel. Tivemos mais uma prova da hospitalidade francesa (além desse caso, após isso, mais uma senhora que nos viu olhando o mapa meio confusos nos perguntou se precisávamos de ajuda).
Quando falei com a atendente
a respeito da reserva que precisávamos, fui informada que ela teria apenas para
a noite seguinte, não atendendo a necessidade. Não tínhamos onde passar a
noite. Saímos dali, já um pouco consternados, pois nesse momento já era por
volta das 9:30 da manhã e ainda estávamos caminhando sem rumos com malas pelas
ruas de Paris.
Resolvemos sair andando em
busca de algum hotel menor pela região e após algumas buscas encontramos um que
se encaixava nas nossas necessidades, o "Hotel Le Florus". O único problema é que eles só teriam
duas diárias disponíveis, e nós, seis dias em Paris. Mesmo assim decidimos
ficar ali, para que fosse possível aproveitar a cidade. Deixamos nossas malas e
saímos.
Tínhamos dois dias para
encontrar outro hotel. Um casal de amigos iria para Paris no dia seguinte e,
esperávamos poder encontrar vagas no mesmo local que eles.
Após todos esses problemas
de percurso, que certamente levaremos como experiências, pudemos enfim sair para curtir a cidade luz.
Que transtorno hem!!! ri muito com o sufoco que vocês passaram!!! :D
ResponderExcluirSei que não foi nada engraçada essa situação, mas mesmo assim se sairam muito bem!!!
É... hoje se tornou engraçado mesmo... rsrsrs
ExcluirMas o que seria a vida da gente sem os apertos neh! Não aprenderíamos nada!
Essa situação nos ensinou muitas coisas, e não diminuiu em nada a Maravilha que foi a viagem toda! =D