quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Minhas Andanças - Roma, A Cidade Eterna

Já devo ter mencionado em algum momento que uma das razões por termos escolhido a Europa, além do meu eterno deslumbre pelo “Velho Mundo”, foi a facilidade de poder conhecer vários lugares diferentes.

A Sônia, minha cunhada amada, ficou bem animada em vir nos visitar e, poder desbravar um pouquinho desse mundo incrível com a gente. Planejamos um roteiro bem intenso para o período que ela estivesse conosco, pois não queríamos desperdiçar nosso precioso tempo. Ela chegou em Outubro, e ficaria três semanas, sendo assim seguimos nossas andanças.

Iniciamos pela Itália, um país maravilhoso que pretendo voltar para ficar um mês inteirinho. É redundância falar que é um lugar cheio de história, que tem uma rica cultura, etc, etc e tal... O fato é que é impossível passar por qualquer lugar que seja por aqui e não voltar a este tema. A população italiana remonta aos tempos pré-históricos e é praticamente impossível estudar história da humanidade sem mencionar a Itália e o império Romano.


 
  
Não posso afirmar, mas acredito que a Itália é um dos países que mais influência tem no que podemos chamar de “cultura brasileira”, pois durante muitos anos em que recebemos imigrantes italianos por razões diversas, incluindo a Segunda Guerra Mundial, as colônias que se estabeleceram afetaram permanentemente os brasileiros, integrando muitos de seus costumes à nossa cultura.

Ao chegar a Roma tive uma péssima primeira impressão. Uma cidade feia e cheia de cortiços malcuidados. Pensei: “Será que vou me arrepender? Mas e a quantidade de pessoas que visitam esse lugar todos os dias? Será mesmo possível que a cidade seja só isso?” Não me deixei abater, fomos ao nosso hotel, deixamos nossa bagagem e partimos para conhecer a Cidade Eterna, uma das mais importantes da história mundial, sendo um dos símbolos da civilização europeia.

Foi em Roma (principalmente), de todos os lugares onde passei que tive maior dificuldade de usar inglês. Não sou proficiente, mas após tantos meses morando em Dublin e após muito estudo, não posso dizer que não sei falar inglês. Terminei meu curso de seis meses no penúltimo nível de cinco (ressalto que iniciei no primeiro) e ainda tive a oportunidade de aperfeiçoar minha pronúncia no trabalho. Após esse período, qualquer pessoa com quem converso me diz que tenho um bom inglês. Ainda assim, ao chegar a Roma, isso pouco me ajudou.

Não pude entender como uma cidade tão turística investe tão pouco no idioma mais falado do mundo. A meu ver, o comércio e acomodações deveriam ter um mínimo de funcionários que pudessem se comunicar com estrangeiros. Infelizmente não é bem o que acontece... Em certa ocasião, paramos em um restaurante onde apenas o cozinheiro (indiano) conseguia se comunicar conosco num inglês muito ruim. Acabamos pedindo uma salada que nada mais era do que rúcula com carne bovina crua. Após isso pedi o que conseguia ler no cardápio: talharim ao funghi. Fomos mais felizes na região central, onde pudemos encontrar um pouco mais de falantes de inglês, ainda que vez em quando conversávamos no bom e velho português mesmo. Foi uma experiência um tanto frustrante.

Segundo a tradição, Roma teria sido fundada no ano de 753 a.C. por Rômulo e o seu irmão Remo. Rómulo e Remo envolveram-se numa luta e Rômulo acabou por assassinar o seu irmão Remo. No seu auge, durante o século II, a cidade chegou a ter cerca de 45.000 prédios de apartamentos, e uma população de 1.600.000 habitantes.

Roma está repleta de reminiscências do seu passado milenar. No decurso da sua História de mais de dois mil anos, Roma acumulou inúmeros e notáveis tesouros de arte e um patrimônio arqueológico sem igual no resto do mundo. Esta característica desta cidade pode ser separada em duas componentes histórica e culturalmente distintas. Mais sobre a história de Roma pode ser facilmente encontrada na internet, motivo pelo qual não vou postar aqui.

Não pude ignorar a importância desse lugar, que conhecia apenas nos livros e aulas de história. Iniciamos nosso trajeto pelo centro histórico da cidade, passando por praças, basílicas e fontes incríveis. Estava estupefata com tanta construção milenar, como puderam esses prédios resistir à ação do tempo, à evolução da civilização, às guerras de que foram palcos e às ações do homem? E as portas? A altura das portas das construções nos impressionou e, nos levaram a pensar que gigantes eram os povos que habitaram àquela região. Finalizamos o dia perto do coliseu, mas o dia chegava ao fim e a luz começava a faltar... Resolvemos repor as energias com uma das melhores coisas da culinária italiana (opinião pessoal): pizza!



 


  
A pizza italiana é deliciosa e foi lá, em Roma, que confirmei que uma pizza boa só necessita de um ingrediente para realçar seu sabor: o puro azeite de oliva. Aprendi a saborear novos ingredientes que antes eram sem graça e me passavam despercebidos. Além da pizza, não posso esquecer de mencionar o sorvete! Ah... que sorvete!!!




  
No dia seguinte fomos em direção ao maior símbolo da cidade e um dos maiores símbolos da civilização antiga: O Coliseu. Caminhamos pela região do coliseu e pelos muitos sítios arqueológicos existentes pela cidade. Para cada lugar que se olha há história, algumas coisas sendo escavadas, outras sendo restauradas, outras ainda bem famosas e cheias de turistas. Ao entrarmos no coliseu tentamos imaginar as diversas diferentes utilizações que foram feitas do edifício, mas a que mais me marcou a cabeça e a que me fez me perder nos pensamentos a imaginar foi em relação às barbaridades que aconteciam naquele lugar no período gladiadores e batalhas brutais que eram chamadas de jogos e divertimento.

Perdemos (ou ganhamos) algum tempo apenas a observar a paisagem, a arquitetura das casas, o misterioso ar da cidade... A sensação que temos, é que debaixo daquele solo há ainda muita história escondida, esperando para ser desbravada...

















































 Em nosso terceiro dia visitamos o Panteão romano e mais algumas construções históricas impressionantes. Seguimos para o Fórum Romano, caminhamos por palácios, conhecemos mais e mais história. 

Lembro-me de quando era criança e tinha que estudar história eu não era realmente interessada no assunto. Hoje penso que eu gostaria de cursar uma faculdade de história somente para poder compreender a imensidão de tudo que já vi e que ainda gostaria de ver...








  
No quarto e último dia, seguimos em direção ao Vaticano, o menor país do mundo e a residência oficial do papa. O Vaticano fica localizado no centro da cidade de Roma e reservamos nossas últimas horas para visita-lo. Chegando lá, a fila se estendia por mais de três quarteirões, o que nos fez desistir de entrar nos museus. Já havia lido em muitos lugares sobre as enormes filas para entrar em qualquer que fosse o local em Roma, mas como havíamos tido bastante sorte nos outros, não nos preocupamos muito. Ao vermos a fila e sabermos através dos “cambistas” que se quiséssemos “furar a fila” teríamos que pagar mais que o dobro do valor, cada um, desistimos da ideia, com exceção da Sônia. Ela pagou o valor e após algum tempo estava dentro do museu do Vaticano, da Capela Sistina e tudo a que tinha direito e desejo de conhecer. Ela tirou várias fotos, que inicialmente acalmou minha vontade. Numa próxima vez que for lá já sei que terei que reservar com antecedência minhas entradas...


  
  

  
Enquanto esperávamos a Sônia descobrimos que para entrar na Praça São Pedro é totalmente de graça (na verdade eu já havia lido isso em algum dos blogs que visitei, mas após tantas coisas que fiz para organizar aquele roteiro, não me lembrava mais disso).




   

  
Tiramos nossas fotos e partimos para pegar nosso trem rumo à Pisa, deixando um sentimento de saudade e vontade de voltar. Voltar para explorar cada cantinho dessa cidade incrivelmente encantadora. A essa altura nem preciso dizer que minhas primeiras impressões foram totalmente modificadas com o passar dos dias né!!


Roma não é uma cidade com construções modernas, novas e bem conservadas, mas é exatamente esse o seu charme. A preservação do que é antigo e a capacidade de integrar modernidade a tudo isso, como o metrô, que cruza a cidade por baixo. Para que não fosse destruída nenhuma das estreitas vielas, utilizam carros compactos e charmosos.  Certamente viveria por lá, onde tive a impressão de que não se tem pressa, vive-se cada minuto, como eu gostaria de viver os meus....

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