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Manifesação Contra Renan Calheiros em Dublin - 24/fev/2013 |
Cheguei
a Dublin no dia 24 de Janeiro e, não demorou muito para que as manifestações
contra a nomeação de Renan Calheiros para presidente do senado (que aconteceu alguns dias após minha chegada) começassem também a movimentar a cidade.
José Renan Vasconcelos Calheiros é um
político brasileiro e atual presidente do Senado Federal do Brasil. Cumpre seu
terceiro mandato no Senado Federal do Brasil, (1994/2002 -
2002/2010 - 2010/2018) como representante de seu estado natal, Alagoas. Foi Presidente do Senado Federal do Brasil de 2005 até 2007, quando renunciou ao cargo, após várias
denúncias de corrupção contra si polarizarem
a opinião pública. O escândalo o levou a enfrentar um processo de cassação, do qual foi
absolvido no dia 12 de setembro de 2007.
Renan Calheiros (FONTE: Wikipedia) |
Nas eleições
parlamentares de 2010, Renan Calheiros
foi eleito senador pelo estado de Alagoas. Em 1 de fevereiro de
2013 foi eleito presidente do Senado para o biênio 2013-2014 com 56 votos a seu
favor.
Pesquisa realizada pelo IBOPE em março de
2013 mostrou que setenta e quatro porcento dos brasileiros "gostariam que
o Senado exigisse a renúncia de Calheiros da presidência do órgão". Além
disso, sessenta e oito porcento "disseram que provavelmente não votariam
em um senador caso descobrissem que ele apoia o peemedebista".
Pelo
Facebook iniciaram a campanha “Fora Renan” e decidiu-se que o dia 24 de
fevereiro seria o dia de dizer ao mundo que estávamos insatisfeitos com isso. O
encontro aconteceria simultaneamente em várias cidades do Brasil e do mundo,
onde houvesse brasileiros interessados na política do país.
É
lamentável pensar na quantidade de pessoas, em sua maioria ignorantes e
analfabetos, que votam em troca de cestas básicas ou coisas que lhes proporcionem
algum benefício. É um absurdo ainda maior pensar que existem brasileiros “estudados”,
capazes de acompanhar a política do país, que se enchem de argumentos e
críticas contras os políticos e contra a economia brasileira, mas quando é necessário
mostrar isso e realizar um protesto dessa importância se acovardam e não saem
de suas casas.
Uns
por mero “esquecimento”, outros por preguiça, outros ainda porque julgam não
resultar em nada significativo. O importante é que num país com 192 milhões de
habitantes, não se consiga reunir 1% dessas pessoas para protestarem contra
algo que “todos” reclamam.
Em
Dublin não foi diferente. Por aqui existem cerca de 20 mil brasileiros
residentes. Conseguiu-se uma repercussão relativamente grande nas redes sociais
e grupos dedicados aos brasileiros que vivem na cidade. A divulgação foi a
melhor possível. Em frente à embaixada brasileira, local de encontro, após uma
hora de espera, conseguiu-se reunir cerca de 70 ou 80 pessoas.
Não
foi diferente no Brasil. Vimos às notícias relatadas pela mídia e a quantidade
foi muito menor do que o esperado.
É
interessante ver como o povo dos países europeus briga e obriga o seu governo a
atender suas necessidades. Quando não são ouvidos, se fazem ouvir. Quando não
são atendidos, buscam todos os meios para chamar atenção e serem vistos. Não é
a toa que conseguiram se tornar “o primeiro mundo”: o povo conhece e participa
da administração da sua cidade e de seu país.
Quem
dera pudéssemos dizer isso do nosso Brasil um dia. Quem dera nosso povo não
fosse analfabeto ou ignorante. Quem dera os que se dizem inteligentes e
participativos realmente participassem. Quem dera o nosso povo parasse de
reclamar e começasse a agir...
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