sexta-feira, 22 de março de 2013

Política Brasileira? Aqui?

Manifesação Contra Renan Calheiros em Dublin - 24/fev/2013

Cheguei a Dublin no dia 24 de Janeiro e, não demorou muito para que as manifestações contra a nomeação de Renan Calheiros para presidente do senado (que aconteceu alguns dias após minha chegada) começassem também a movimentar a cidade.

José Renan Vasconcelos Calheiros é um político brasileiro e atual presidente do Senado Federal do Brasil. Cumpre seu terceiro mandato no Senado Federal do Brasil, (1994/2002 - 2002/2010 - 2010/2018) como representante de seu estado natal, Alagoas. Foi Presidente do Senado Federal do Brasil de 2005 até 2007, quando renunciou ao cargo, após várias denúncias de corrupção contra si polarizarem a opinião pública. O escândalo o levou a enfrentar um processo de cassação, do qual foi absolvido no dia 12 de setembro de 2007.

Renan Calheiros (FONTE: Wikipedia)
Nas eleições parlamentares de 2010, Renan Calheiros foi eleito senador pelo estado de Alagoas. Em 1 de fevereiro de 2013 foi eleito presidente do Senado para o biênio 2013-2014 com 56 votos a seu favor.

Pesquisa realizada pelo IBOPE em março de 2013 mostrou que setenta e quatro porcento dos brasileiros "gostariam que o Senado exigisse a renúncia de Calheiros da presidência do órgão". Além disso, sessenta e oito porcento "disseram que provavelmente não votariam em um senador caso descobrissem que ele apoia o peemedebista".

Pelo Facebook iniciaram a campanha “Fora Renan” e decidiu-se que o dia 24 de fevereiro seria o dia de dizer ao mundo que estávamos insatisfeitos com isso. O encontro aconteceria simultaneamente em várias cidades do Brasil e do mundo, onde houvesse brasileiros interessados na política do país.

É lamentável pensar na quantidade de pessoas, em sua maioria ignorantes e analfabetos, que votam em troca de cestas básicas ou coisas que lhes proporcionem algum benefício. É um absurdo ainda maior pensar que existem brasileiros “estudados”, capazes de acompanhar a política do país, que se enchem de argumentos e críticas contras os políticos e contra a economia brasileira, mas quando é necessário mostrar isso e realizar um protesto dessa importância se acovardam e não saem de suas casas.

Uns por mero “esquecimento”, outros por preguiça, outros ainda porque julgam não resultar em nada significativo. O importante é que num país com 192 milhões de habitantes, não se consiga reunir 1% dessas pessoas para protestarem contra algo que “todos” reclamam.

Em Dublin não foi diferente. Por aqui existem cerca de 20 mil brasileiros residentes. Conseguiu-se uma repercussão relativamente grande nas redes sociais e grupos dedicados aos brasileiros que vivem na cidade. A divulgação foi a melhor possível. Em frente à embaixada brasileira, local de encontro, após uma hora de espera, conseguiu-se reunir cerca de 70 ou 80 pessoas.

Não foi diferente no Brasil. Vimos às notícias relatadas pela mídia e a quantidade foi muito menor do que o esperado.

É interessante ver como o povo dos países europeus briga e obriga o seu governo a atender suas necessidades. Quando não são ouvidos, se fazem ouvir. Quando não são atendidos, buscam todos os meios para chamar atenção e serem vistos. Não é a toa que conseguiram se tornar “o primeiro mundo”: o povo conhece e participa da administração da sua cidade e de seu país.

Quem dera pudéssemos dizer isso do nosso Brasil um dia. Quem dera nosso povo não fosse analfabeto ou ignorante. Quem dera os que se dizem inteligentes e participativos realmente participassem. Quem dera o nosso povo parasse de reclamar e começasse a agir...


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