O Grande Dia - A Viagem!

Esse dia foi um misto de sentimentos... Medo, angústia, ansiedade e felicidade eram sentimentos que se misturavam. Minha vida inteira fui deslumbrada com a ideia de ir para a Europa e esse dia finalmente chegou!

No dia da viagem não tinha tempo pra absolutamente nada... Acordei na casa da minha irmã Michelle (já tínhamos desocupado o apartamento um dia antes - estávamos exaustos por causa da mudança, compra do carro da Chelle  e uma viagem à praia da qual acabávamos de chegar), fui comprar algumas coisas pra levar - incluindo umas cachaças pra vender por lá, fui ao centro da cidade (precisava comprar minha última leva de remédios controlados que que teria que levar e uns cadeados para as malas). Quase não consegui comprar os ditos dos remédios porque o médico havia rasurado a receita e não queriam me vender... Depois de muito choramingar consegui alguém que me vendesse. Voltei pra casa e fechei as últimas malas.

A propósito, esse é um ponto importante a abordar: li uma infinidade de posts antes de viajar. Todos falavam para levar poucas coisas, só o essencial, pois em Dublin era tudo “muuuuito” barato, que eu me arrependeria se levasse muita coisa. Pois bem, levei só o estritamente necessário e caí do cavalo (história pra mais tarde).

Após essa correria toda (enquanto isso o Edigar - marido - tinha ido à empresa dele se despedir e assinar papéis referentes à dispensa dele) e despedidas da família, fomos para a casa da minha cunhada Sônia, que preparou um mega almoço à brasileira de despedida para nós. Chegamos atrasados lá também, pra variar - foi super corrido esse dia. O pessoal não aguentou esperar por nós e já tinha almoçado (desculpa cunhadinha... hehe). O almoço estava delicioso e a Ágatha (sobrinha) preparou um mousse “mara”!

Sonia, Eu, Edigar e Ágatha

A Sônia e a Ágatha foram nos levar ao aeroporto, onde encontramos minha mamãe (Elizabeth), minhas irmãs (Miriã e Michelle) e minha sobrinha fofa (Emanuelle), que por pouco não ficam sem se despedir de nós por causa do trânsito daquele dia... Mas deu tudo certo. Nesse momento um sentimento muito estranho se apossou de mim, uma alegria inexplicável, um medo diferente e uma saudade sem tamanho... Uma despedida com o coração super apertado... Mas vamos lá que é para isso que viemos neh! É uma pena não termos conseguidos nos despedir de todos... era uma quarta-feira e muitos estavam trabalhando nesse horário.

Miriã, Michelle, Eu com a Manu, Edigar e a Mãe (Beth)

 Fizemos o chekin e os procedimentos normais (fica uma dica, nunca viagem com bota ou cintos que contenham metal - tive que tirar a bota todas as vezes por causa do detector de metal) e embarcamos. O voo saiu no horário. O coração ficou...

Chegamos a São Paulo no horário previsto, caminhamos muito até chegar ao portão de embarque do próximo voo, passeamos pelas lojas e aguardamos um tempinho...

Uma coisa importante: quando fizemos o chekin em Curitiba, nos foi dito que nossa bagagem iria direto para Dublin, não precisaríamos retirá-las nas conexões. Pois bem, quando fomos fazer o chekin em São Paulo o atendente não conseguia ler o número da nossa bagagem, então tivemos que caminhar uns 10 minutos voltando para o guichê da primeira companhia aérea para a reimpressão dos bilhetes de bagagem e retornar os mesmos 10 minutos para fazer o chekin. Se a conexão fosse curta estaríamos em apuros. Mas no fim deu tudo certo.

O próximo voo também saiu no horário e, nesse sim bateu "aquele" friozinho na barriga... O voo foi deveras desconfortável, 12 horas sentada em um banco com inclinação máxima de uns 10 graus, alimentação meia boca e o pior de tudo, sem falar inglês e sem entender praticamente nada do que se falava no autofalante e o que as aeromoças falavam... Mas faz parte, já esperávamos por isso também. 

Amanhecendo o dia, quase em Amsterdã

 Quando chegamos a Amsterdã fizemos uma conexão apertadíssima para Dublin, praticamente nem deu tempo de ir ao banheiro. Mas foi até bom, quanto antes saíssemos antes chegaríamos.

Chegando a Dublin fomos encaminhados à fila da imigração, que não estava pequena. Enquanto isso, no autofalante anunciou alguma coisa relativa ao voo vindo de São Paulo, mas como já era esperado, não entendemos. Ficamos da mesma forma, se fosse importante iríamos descobrir em breve. Após quase meia hora na fila chegou a nossa vez. O Edigar passou bem traquilamente pela imigração, mas eu demorei uns 5 ou 10 minutos a mais que ele - o atendente me fez esperar um tempo, começou a me questionar várias coisas que eu não sabia responder - mas no fim deu tudo certo.

Saindo de Amsterdã rumo a Dublin

Passando pela imigração saímos em busca de nossa bagagem, mas nada de elas aparecerem. Começamos a ficar preocupados, pois estava se esgotando a 1 hora de tolerância para o transfer nos esperar no saguão do aeroporto e, não podíamos sair para avisá-lo do problema pois nesse caso não conseguiríamos retornar. Fomos às outras esteiras e voltamos na nossa, mas nada. Não teve jeito, tivemos que ir ao setor de reclamação da bagagem - descobrimos depois que era isso que havia sido dito no autofalante: todas as bagagens do voo vindo de São Paulo não haviam chegado. Nesse setor foi o nosso "inferno" do primeiro dia. Não conseguíamos nos comunicar com a atendente, que falava deveras rápido. Algumas coisas nós conseguíamos entender e responder, mas não estava dando certo. Graças ao bom Deus a outra atendente falava um pouco de espanhol (é incrível quando você fala que é do Brasil, a maioria das pessoas começam a falar em espanhol com você. Ainda não descobri se é porque pensam que nosso idioma realmente é o espanhol ou porque é similar, mas ao menos funcionou) e conseguiu nos ajudar. As bagagens chegariam no dia seguinte e seriam entregues no hostel onde estávamos hospedados.

Problema resolvido - somente com nossa bagagem de mão - rapidamente nos encaminhamos para o saguão do aeroporto para procurar nosso transfer, que estava lá nos esperando. Um homem bem simpático, mas pouco falante (ainda bem pra dizer a verdade, não conseguiríamos manter um diálogo com ele mesmo...) nos levou ao nosso destino, o hostel.

Durante o trajeto estávamos deslumbrados com tudo! As ruas, as árvores sem folhas, os prédios, os comércios... absolutamente tudo. Chegando ao nosso destino nosso motorista nos mostrou a entrada do hostel e se mandou. Ficamos ali, parados no meio de uma praça, em frente ao hostel... uma nova cidade, uma nova vida...

Nossa Primeira foto em Dublin

Chegamos ao hostel e, após todas as dificuldades no aeroporto, mostrar nossa reserva e pedir nosso quarto foi fichinha... Largamos nossas coisas e “bora” desbravar a cidade (vamos comer... hehe).

Saímos caminhando pelas ruas, deslumbrados com a limpeza da cidade, as construções, parecia filme. Entramos em uma loja que já era famosa pra nós por causa de preços baixos (como estávamos sem bagagem, precisávamos de roupas limpas), compramos algumas coisas e fomos procurar algum lugar para comer. Nossa refeição foi um “duplo meal” no Burger King (naquele momento, a melhor refeição do mundo). Estávamos exaustos. 

Esse foi o auge do nosso dia (que já era o dia seguinte ao embarque): entrar no quarto e nos esparramar na cama, antes mesmo do tão sonhado banho... Após algum descanso pudemos tomar um bom banho quente, dar notícias para a família e desmaiar no nosso merecido primeiro descanso na ilha da esmeralda.

Nem dá pra acreditar... estamos na Europa...